Histórico

por Portal PPGAIG
Publicado: 10/06/2025 - 17:04
Última modificação: 14/07/2025 - 14:51

O Programa de Pós-graduação em Agricultura e Informações Geoespaciais (PPGAIG) foi criado no ano de 2017 no âmbito da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) (Resolução SEI n° 30/2017, do Conselho Universitário). No ano seguinte, na 180ª Reunião do CTC-ES, a CAPES aprovou a criação do curso de Mestrado do PPGAIG na área Interdisciplinar, que foi reconhecido pelo Ministério da Educação na Portaria 485, de 14 de maio de 2020. O programa iniciou oficialmente suas atividades em 1º de agosto de 2019, matriculando seus primeiros 14 discentes. O PPGAIG é vinculado ao Instituto de Ciências Agrárias da UFU e desenvolve todas suas atividades no campus Monte Carmelo, onde estão lotados todos os docentes e toda a estrutura administrativa e de pesquisa do programa. A criação do PPGAIG representa um marco no processo de expansão da UFU ocorrido durante os últimos anos, no qual a instituição criou três campi fora da sede Uberlândia: Ituiutaba (2006), Patos de Minas (2010) e Monte Carmelo (2010). O PPGAIG é o primeiro programa de pós-graduação do campus Monte Carmelo. Além disso, o PPGAIG é, atualmente, o único programa interdisciplinar da UFU. O programa originou-se da união de pesquisadores das áreas de Ciência da Computação, Geociências e Ciências Agrárias. A formação do grupo foi uma consequência natural do ambiente acadêmico do campus Monte Carmelo, que abriga três cursos na grande área de Ciências Exatas e da Terra (Engenharia de Agrimensura e Cartográfica, Sistemas de Informação e Geologia) e dois cursos na grande área de Ciências Agrárias (Agronomia e Engenharia Florestal). Dessa forma, o PPGAIG tem enorme significância institucional e estratégica para o campus Monte Carmelo.

No âmbito institucional, o programa tem papel central na agregação das áreas de conhecimento enfocadas no campus, atuando de forma decisiva na consolidação do campus como formador de profissionais diferenciados nos níveis de graduação e pós-graduação e como produtor de conhecimento que culmine no avanço das fronteiras da ciência e da tecnologia. Em termos estratégicos, o posicionamento geográfico do PPGAIG em Monte Carmelo o aproxima do ambiente onde pode intervir de forma decisiva, a agricultura. Monte Carmelo situa-se na região do Alto Paranaíba, estando a 455 km de Brasília, 631 km de São Paulo, 503 km de Belo Horizonte, 107 km de Uberlândia, 148 km de Uberaba, 95 km de Araguari, 85 km de Patrocínio e 166 km de Patos de Minas. A região do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro tem na agricultura sua grande vocação econômica. A acessibilidade ao transporte rodoviário, ferroviário e aéreo, além da proximidade de estação aduaneira do interior (Porto Seco Uberaba/MG), facilitam o escoamento e venda da produção, ligando a região aos principais mercados do País e do Mundo. Devido à sua aptidão agrícola, a região possui grande demanda por pesquisas no setor agrícola, industrial e de mineração. São várias as culturas com enormes potenciais na região, entre as quais se destacam os cultivos de café, soja, milho, cana-de-açúcar, feijão, tomate, pimentão, pimenta, frutíferas, eucalipto, seringueira e outras. A cultura do cafeeiro é um dos destaques da região e, devido à diversidade do território brasileiro, essa microrregião foi demarcada geograficamente com o nome “Região do Cerrado Mineiro” (IG990001, 14 de maio de 2005), registrando o selo como indicação de procedência para produção de café de qualidade, cujas características se devem essencialmente aos fatores de produção local. Tanto a cultura do cafeeiro quanto a do eucalipto, além de outras de ciclo anual e perene, são conduzidas com enfoque empresarial e alto grau tecnológico, demandando, assim, constante busca por conhecimento e inovação. Aliado a isso, tem-se também no próprio município e no seu entorno, a indústria cerâmica, grandes empresas de mineração (zinco, fosfatos, calcários, diamante e ouro), indústrias de fertilizantes, empresas de sementes e outras. Nesse cenário, as mais diversas pesquisas e tecnologias são demandadas: melhoramento genético de plantas; sistemas de produção de alimentos, energia e fibras; controle de plantas daninhas, de pragas e de doenças; manejo do solo; manejo da irrigação; desenvolvimento de processos e produtos biotecnológicos; processamento digital de imagens; sensoriamento remoto; geodésia; mapeamento; computação; entre outras.

A agricultura moderna tem buscado cada vez mais atingir a sustentabilidade econômica, social e ambiental. Isso exige que os empreendimentos agrícolas privilegiem práticas agrícolas que visem maximizar a produtividade com o mínimo custo e esforço humano e com o menor impacto ambiental possível. Para atender a esse fim, um dos desafios do setor é lidar com a heterogeneidade das propriedades rurais. As áreas utilizadas na agricultura não são obrigatoriamente uniformes, mesmo dentro de pequenos talhões, apresentando diferenças no solo, na disponibilidade de água, na nutrição e sanidade vegetal e no relevo. Essas diferenças fazem com que manejos específicos e diferenciados devam ser adotados na propriedade agrícola a fim de se utilizar de forma racional os recursos produtivos. As soluções tecnológicas agregadas ao longo do desenvolvimento da agricultura permitem explicar cientificamente as variabilidades observadas e oferecem alternativas para a gestão localizada das culturas agrícolas com maior precisão. Contudo, os aspectos ambientais não são devidamente abordados pelo setor agrícola e, como agravante, há uma parcela da sociedade que culpa a agricultura moderna e as tecnologias envolvidas em torno dela de serem degradadores ambientais. Recursos produtivos necessários para aperfeiçoar e elevar a produtividade nos sistemas agrícolas, tais como os fertilizantes minerais, herbicidas, fungicidas, nematicidas e inseticidas, têm sido constantemente apontados como contaminantes ambientais. Contudo, a utilização racional desses insumos, de forma a aplicá-los apenas na quantidade certa, em local adequado e no momento em que são necessários, é um avanço recente e ainda carente de pesquisas para sua otimização. Além disso, a gestão responsável dos recursos hídricos é condição primordial para a prática agrícola sustentável, demandando pesquisas para o desenvolvimento de métodos e tecnologias que viabilizem o uso racional da água na agricultura, permitindo a aplicação de lâminas d'água com precisão em função da demanda hídrica de cada cultura e, consequentemente, reduzindo lixiviados em corpos d’água. A agricultura de precisão considera exatamente esse cenário: a presença, distribuição e intensidade de uma condição específica que causa redução no rendimento da cultura agrícola deve ser identificada e receber tratamento diferenciado. Nesse contexto, o monitoramento remoto da cultura em condições de estresse é particularmente importante em agricultura de precisão, uma vez que os custos relacionados com a intensa amostragem ou manejo agrícola indiscriminado para toda área de cultivo podem ser minimizados pelo mapeamento prévio das variáveis que causam a queda da produtividade. Assim, o uso de dados geoespaciais integrados à agricultura, como ferramentas de planejamento, controle e análise de dados agrícolas, viabiliza o monitoramento das variações espaciais e temporais dos fatores que limitam a produção, orientando no processo de tomada de decisão, na aplicação de insumos em áreas específicas e no manejo diferenciado das culturas no campo de produção. Os resultados da interação entre Agricultura e Informações Geoespaciais são instigantes e promissores. A troca de conhecimentos e métodos entre as áreas certamente contribuirá para o avanço das fronteiras da ciência e tecnologia, produzindo novos conhecimentos e novos profissionais com perfil diferenciado e único. Dessa forma, o PPGAIG abriga pesquisas estratégicas, sendo um espaço profícuo de geração de novas informações e tecnologias e novos pesquisadores e professores para esse setor fundamental para a economia nacional. Dado o elevado nível tecnológico empregado nos empreendimentos agrícolas e a constante busca por tecnologias e métodos inovadores, a pesquisa e a formação de recursos humanos neste contexto interdisciplinar é, mais que uma realidade, uma necessidade.